sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Dez anos se passaram

e eu me pergunto:
_Sou tão velha assim?

E, convicta da resposta, minha mente responde sem vacilar:
_Não! Apenas comecei cedo demais...

Troquei as ensolaradas aulas de educação física pelas frias, mórbidas e solitárias bibliotecas.

Depois, percebi que nenhuma lagarta habita, eternamente, num casulo.

Voei!

Descobri que os lugares ensolarados poderiam ser tão interessantes quanto as páginas de um livro, principalmente se, ao invés de ficar jogado, no banco de uma praça, vc pudesse enxergar com um "olhar apurado", ver as coisas como realmente são, sem julgar:

nem certo, nem errado, as coisas simplismente são!

Percebi, numa tarde de verão, que aprendi, até hoje, a metade da metade do que gostaria de ter aprendido e sei a metade do que penso que aprendi.

Não tenho certeza do quanto ainda preciso saber, mas uma coisa é certa:

TUDO QUE VI, VIVI, APRENDI E, HOJE (ACHO QUE) SEI, FOI INTENSO.

Desde as páginas que devorava, até ler o antigo "aprenda tudo e agora jogue fora todo o conhecimento!", lançando ao ar todas as folhas, que arrancava, sem saber porque nem como, ia me desfazendo e vivendo fases de completo abandono edo caminho espiritual, mesmo durante os rituais elaborados ou mesmo numa conversa fiada com amigos, falando besteiras e filosofando.

Vivi tudo isso tão intensamente que não trocaria a chave do conhecimento universal por qualquer uma dessas vivências.

Guardo as lembranças como um toque suave em minha face, um sopro no ar, algo que veio, ficou e se foi.

Um comentário:

Green Womyn disse...

Que lindo, Ary! Seu texto me passou uma leveza tamanha...