VENUS OF WILLENDORF
A imagem antiga mais famosa de uma mulher é conhecida como “Vênus de Willendorf”, encontrada, pelo arqueólogo Josef Szombathy em 1908, num sítio arqueológico, próximo ao rio Danúbio, na cidade de Willendorf, Áustria.
A estatueta, que mede aproximadamente 11 centímetros de comprimento, está agora no Museu de Naturhistorisches de Viena.
Um estudo publicado em 1990 indica a época em que a Vênus de Willendorf foi esculpida:
em torno de 24.000-22.000 anos aC.
Sua aparencia revela ser a de uma mulher adulta e sua forma ressaltada da feminilidade fez com que ela se tornasse um ícone da arte pré-histórica.
Sendo uma escultura feminina, que se apresenta nua, demonstra o período matrifocal, ao contrário do patriarcado.
Como representação mais antiga da mulher, a estatueta tornou-se, no meio acadêmico, a "primeira mulher", adquirindo uma identidade que levou os pesquisadores a identificá-la também como Eva, dentro de um ponto de vista patriarcal, percebendo as nuances fascinantes do corpo feminino.
O Marquês Paul de Vibraye ironizou a peça, chamando-a de “Venus imodesta”, ao contrário da "Vênus modesta", estátua da Vênus Clássica, que mostra a Deusa tentando esconder os seus seios e seu órgão sexual.
Dois exemplos famosos deste tipo são a Capitoline Vênus (no Museo Capitolino em Roma) e a Medici Vênus (no degli de Galleria Uffizi em Florença).
No 15º século, com o Renascimento italiano, o pintor Sandro Botticelli reavivou este mesmo estilo, pintando "O Nascimento de Vênus", dando início a um resgate da imagem daVênus Clássica.
A conclusão que o Marquês fez é que esta Vênus pré-histórica não faz nenhuma tentativa para esconder a sua sexualidade.
Ela também exibe, de modos que são imediatamente atraentes (para a maioria das mulheres, talvez) e ameaçando (para a maioria dos homens), um ego físico e sexual, que parece desenfreado, por tabus culturais e convenções sociais.
Ela é uma imagem de feminilidade "natural", de poder feminino desinibido, diferente do conceito que temos de "civilização", como na figura da Vênus Clássica, que buscou reduzir e trazer sob controle essa feminilidade.
MÃE TERRA - A DEUSA MÃE
O conceito de uma Mãe Terra, Deusa Mãe ou Grande Deusa, deriva principalmente dos gregos.
O poeta Hesíodo deu o nome à Terra de “Gaea”, "um assento firme de todas as coisas para a eternidade", quem, depois de emergir fora do Caos, produziu "Ouranus estrelado" (o céu), as montanhas, o mar, e, depois, com Ouranus, vários Titãs não-cosmológicos.
Os romanos a adoraram como Tellus, ou Terra Mater, a qual Varro (116-27 aC) chamou "A Grande Mãe."
Em 1861, em seu primeiro volume do livro Das Mutterrecht ['O Direito de Mãe'], o antropólogo suíço Johann Jacob Bachofen (1815-1887) afirma que o poder da tribo estava nas mãos das mulheres, associado-a com a adoração de uma deidade da terra: feminina e suprema.
Apesar da falta de evidência, além do aparecimento das estatuetas, das cosmogonias gregas antigas e a conexão espúria com muitas práticas tribais posteriores, numerosos estudantes sentiram-se livre para estender a idéia de uma Deusa Terra ou Deusa Mãe no passado pré-histórico e resgatar a teoria daquelas pessoas da antiguidade que acreditavam na Deusa como uma deidade universal.
A ênfase dada para a vulva da "Vênus" de Willendorf e a descoberta de cor ocre vermelho na estatueta, servindo como um aparente substituto de sangue, sugere que a estatueta tenha servido para algum propósito com relação a menstruação feminina.
Se a "Vênus" de Willendorf tiver sido adorada dentro da esfera feminina, (uma hipótese acadêmica, com grandes chances de serem a verdade, constatando as evidências citadas acima) aumenta, consideravelmente, a possibilidade de não ter sido esculpida por um homem, mas por uma mulher.
A imagem antiga mais famosa de uma mulher é conhecida como “Vênus de Willendorf”, encontrada, pelo arqueólogo Josef Szombathy em 1908, num sítio arqueológico, próximo ao rio Danúbio, na cidade de Willendorf, Áustria.
A estatueta, que mede aproximadamente 11 centímetros de comprimento, está agora no Museu de Naturhistorisches de Viena.
Um estudo publicado em 1990 indica a época em que a Vênus de Willendorf foi esculpida:
em torno de 24.000-22.000 anos aC.
Sua aparencia revela ser a de uma mulher adulta e sua forma ressaltada da feminilidade fez com que ela se tornasse um ícone da arte pré-histórica.
Sendo uma escultura feminina, que se apresenta nua, demonstra o período matrifocal, ao contrário do patriarcado.
Como representação mais antiga da mulher, a estatueta tornou-se, no meio acadêmico, a "primeira mulher", adquirindo uma identidade que levou os pesquisadores a identificá-la também como Eva, dentro de um ponto de vista patriarcal, percebendo as nuances fascinantes do corpo feminino.
O Marquês Paul de Vibraye ironizou a peça, chamando-a de “Venus imodesta”, ao contrário da "Vênus modesta", estátua da Vênus Clássica, que mostra a Deusa tentando esconder os seus seios e seu órgão sexual.
Dois exemplos famosos deste tipo são a Capitoline Vênus (no Museo Capitolino em Roma) e a Medici Vênus (no degli de Galleria Uffizi em Florença).
No 15º século, com o Renascimento italiano, o pintor Sandro Botticelli reavivou este mesmo estilo, pintando "O Nascimento de Vênus", dando início a um resgate da imagem daVênus Clássica.
A conclusão que o Marquês fez é que esta Vênus pré-histórica não faz nenhuma tentativa para esconder a sua sexualidade.
Ela também exibe, de modos que são imediatamente atraentes (para a maioria das mulheres, talvez) e ameaçando (para a maioria dos homens), um ego físico e sexual, que parece desenfreado, por tabus culturais e convenções sociais.
Ela é uma imagem de feminilidade "natural", de poder feminino desinibido, diferente do conceito que temos de "civilização", como na figura da Vênus Clássica, que buscou reduzir e trazer sob controle essa feminilidade.
MÃE TERRA - A DEUSA MÃE
O conceito de uma Mãe Terra, Deusa Mãe ou Grande Deusa, deriva principalmente dos gregos.
O poeta Hesíodo deu o nome à Terra de “Gaea”, "um assento firme de todas as coisas para a eternidade", quem, depois de emergir fora do Caos, produziu "Ouranus estrelado" (o céu), as montanhas, o mar, e, depois, com Ouranus, vários Titãs não-cosmológicos.
Os romanos a adoraram como Tellus, ou Terra Mater, a qual Varro (116-27 aC) chamou "A Grande Mãe."
Em 1861, em seu primeiro volume do livro Das Mutterrecht ['O Direito de Mãe'], o antropólogo suíço Johann Jacob Bachofen (1815-1887) afirma que o poder da tribo estava nas mãos das mulheres, associado-a com a adoração de uma deidade da terra: feminina e suprema.
Apesar da falta de evidência, além do aparecimento das estatuetas, das cosmogonias gregas antigas e a conexão espúria com muitas práticas tribais posteriores, numerosos estudantes sentiram-se livre para estender a idéia de uma Deusa Terra ou Deusa Mãe no passado pré-histórico e resgatar a teoria daquelas pessoas da antiguidade que acreditavam na Deusa como uma deidade universal.
A ênfase dada para a vulva da "Vênus" de Willendorf e a descoberta de cor ocre vermelho na estatueta, servindo como um aparente substituto de sangue, sugere que a estatueta tenha servido para algum propósito com relação a menstruação feminina.
Se a "Vênus" de Willendorf tiver sido adorada dentro da esfera feminina, (uma hipótese acadêmica, com grandes chances de serem a verdade, constatando as evidências citadas acima) aumenta, consideravelmente, a possibilidade de não ter sido esculpida por um homem, mas por uma mulher.
Fonte: Fonte: http://witcombe.sbc.edu/willendorf/
Texto traduzido livremente por Ariany Moreira (A Fiandeira)
(Esse texto tem sua divulgação livre, porém não se esqueça dos devidos créditos.)
2 comentários:
Eu não sabia que a estátua era tão pequenininha... (rs)
Belo texto, Ary. Valeu pela tradução!
Como é importante ler, estudar, pesquisar... uma informação muito importante dentro do estudo das sociedades antigas matriacais e da nossa incansável tentativa do resgate das maravilhosas e libertadoras leis dessa sociedade!
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